As formas de organização da cidade atual evoluíram segundo o tipo de infraestrutura que apoiou o seu crescimento. Este livro analisa essa história, na certeza de que só se poderá propor um futuro melhor para a sociedade urbana com o conhecimento dos mecanismos que a levaram à situação atual. Pretende-se ser fiel à máxima de Confúcio: "Somente conhecendo o passado, você pode planejar o futuro". O livro está estruturado em quatro partes. Os primeiros capítulos explicam a cidade que se estendeu sobre as linhas de bondes e os serviços de água potável, gás e esgoto; expõem também como posteriormente a cidade rompeu sua continuidade com o advento das linhas férreas, estradas e linhas elétricas, até configurar uma cidade segregada, formada por setores independentes entre si, nos quais o elevador, o ferro e os medidores dos serviços domésticos trouxeram os prédios altos e a substituição da casa pelo apartamento. Os capítulos seguintes mostram como os instrumentos urbanísticos atuais desencadearam uma "orgia" de depredação do território para incrementar o negócio imobiliário, apoiada também em infraestruturas que permitem a conexão sem proximidade, como a telefonia celular, a televisão e os computadores. No final, é feita uma reflexão sobre o tipo de infraestrutura que precisamos para conseguir uma sociedade mais igualitária, mais respeitosa com a natureza e mais consciente dos seus limites. Apresenta ainda um anexo com a lista e as principais informações sobre mais de quatrocentas personalidades relevantes da história da invenção e construção dos modernos serviços urbanísticos, incluindo também as que foram proeminentes no Brasil. Trata-se dos "autênticos" urbanistas, além dos renomados arquitetos que configuram a "História oficial".